Quando ao menos um sopro dos ventos no final da tarde
Como uma mensagem
sutil nos tons de vermelho, laranja, púrpura
Fundindo-se ao azul
angelical
Na mata bruta e selvagem o verde nos vários aspectos de uma só
tonalidade
Vejo os gerais tão raso e cinza onde habita a fera mais temida no
sertão
E virando um pouco mais as vistas, um sagrado pantanal a junção de
varias veias que correm para a união
Tudo esta cravado, rodeados ou abraçados
ao chapadão secular
Um micro-universo
Um arco-íris de nação, berço dos
cinco continentes
Que me faz sentir as raízes atravessar o mar e tocar o
chão de lá (áfrica)
Arrepio na alma, ilusões me disseram que pode ser
verdade
que importa as normalidades do triste livro de historia
Meu avo
nome ou apelido um mito “Nego d’agua” nagô
sabe-se de Ruanda, Angola/ Se é
Ketu ou Malé
mas quem me diz isso ainda me diz muito mais
ancestrais
manifestados no agora movendo as informações genéticas de outrora
Quando
sinto o trovão vibrar na montanha lembro do sopro do vento
No serreno da
madruga que sopra frio e vem quando a chuva passa
fica só o ritmar dos
tambores na fusão das lágrimas e da alegria
Velhos, jovens e crianças a
mistura do todo numa coisa só
Um micro-universo
O circulo de energia
como uma chama
Que aquece aqui e em qualquer tempo
no tempo que tem
inicio meio e nunca um fim
Ei sei que minha casa é aqui mais sei que aqui não
é a minha morada
Vejo o entardecer, a mata bruta e selvagem, os gerais onde
habita a fera
E o pantanal reino das águas, abraçados ao chapadão
secular
Mas caminho para o tempo que sempre se abre
E mostra o céu, a
janela dos Deuses
*Texto publicado no dia 29.3.10
16.3.13
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