16.3.13

Quando ao menos um sopro dos ventos no final da tarde
Como uma mensagem sutil nos tons de vermelho, laranja, púrpura
Fundindo-se ao azul angelical
Na mata bruta e selvagem o verde nos vários aspectos de uma só tonalidade
Vejo os gerais tão raso e cinza onde habita a fera mais temida no sertão
E virando um pouco mais as vistas, um sagrado pantanal a junção de varias veias que correm para a união
Tudo esta cravado, rodeados ou abraçados ao chapadão secular
Um micro-universo
Um arco-íris de nação, berço dos cinco continentes
Que me faz sentir as raízes atravessar o mar e tocar o chão de lá (áfrica)
Arrepio na alma, ilusões me disseram que pode ser verdade
que importa as normalidades do triste livro de historia
Meu avo nome ou apelido um mito “Nego d’agua” nagô
sabe-se de Ruanda, Angola/ Se é Ketu ou Malé
mas quem me diz isso ainda me diz muito mais
ancestrais manifestados no agora movendo as informações genéticas de outrora
Quando sinto o trovão vibrar na montanha lembro do sopro do vento
No serreno da madruga que sopra frio e vem quando a chuva passa
fica só o ritmar dos tambores na fusão das lágrimas e da alegria
Velhos, jovens e crianças a mistura do todo numa coisa só
Um micro-universo
O circulo de energia como uma chama
Que aquece aqui e em qualquer tempo
no tempo que tem inicio meio e nunca um fim
Ei sei que minha casa é aqui mais sei que aqui não é a minha morada
Vejo o entardecer, a mata bruta e selvagem, os gerais onde habita a fera
E o pantanal reino das águas, abraçados ao chapadão secular
Mas caminho para o tempo que sempre se abre
E mostra o céu, a janela dos Deuses

*Texto publicado no dia 29.3.10

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